terça-feira, abril 07, 2015

Sobre ser jornalista

Nesses anos todos, o jornalismo me proporcionou um monte de coisas boas, ótimas. Viajei (pelo Brasil e para as gringas), aprendi muito, tive que me virar no inglês, Conheci um monte de gente legal. 
Mas a carreira também me reservou surpresas desagradáveis, decepções, frustrações, inimizades, puxadas de tapete para as quais eu nunca estive preparada.

Mas eu imagino que nisso tudo o jornalismo não se diferencie de nenhuma outra carreira. Eu era para ter sido psicóloga. Abandonei o curso quando já estava no terceiro ano, na PUC, onde minha filha estuda hoje.

Fui fazer cursinho e entrei na ECA-USP. Foi a glória. Mas desde o curso, eu já me decepcionei: professores pedantes e cheios de si, que mais se vangloriavam do que ensinavam... Pouco se salvam na minha memória distante. Um deles, em especial, com quem eu mais brigava e de quem eu mais reclamava, foi o que mais me ensinou, admiti bem depois. Ele pegava meu texto (que eu achava perfeito) e rabiscava inteiro com caneta vermelha. Que ódio!!! Mas depois vi que foi ele que me ensinou a fazer um lead enxuto, objetivo.

E depois descobri que para ser um excelente jornalista não precisa saber escrever direito, embora ajude. Bom, o fato é que não me considero uma excelente jornalista. Sou mais uma "marginal" - ainda mais depois de tanto tempo em assessoria de imprensa.... Mas não reclamo (mais). Entendi que o que importa é ter um trabalho digno, honesto, em que a gente aprende a valorizar as pequenas conquistas, as pequenas vitórias. Quando sai a matéria, foi outra pessoa que escreveu, falando do seu cliente.

- Mas não sai o seu nome? - poderiam perguntar, na inocência, seu pai ou sua mãe.

Quem tem vaidade deve procurar outra carreira. Porque quando você faz jornalismo, com raras exceções, você vai acabar "caindo" em uma assessoria de imprensa e então... prepare-se. A natureza do trabalho é outra, seus objetivos e compromissos são outros.

Mudar o mundo? Isso é coisa de super-heróis e você, definitivamente, não é um. Ainda que tenha que equilibrar a rotina do escritório com a doméstica... Que raiva que dá quando o segurança te deseja "bom descanso" no fim da sua jornada de trabalho! Como se você fosse descansar ao chegar em casa. E quem vai fazer a janta??

Bom, por essas e por outras, este 7 de abril não significa tanto assim pra mim. Eu poderia falar mais um monte de outras coisas aqui neste texto... sobre a máquina de escrever, por exemplo (tive uma igualzinha à que ilustra este post). Mas acho melhor não.

Agora, depois de tantos anos, estou fazendo o curso de atendimento fraterno no centro espírita onde trabalho. Simbolicamente, representa meu retorno à Psicologia. E tudo volta ao mesmo ponto de partida.

terça-feira, outubro 07, 2014

A juniorização do jornalismo

Não consigo ficar calada diante o "engano" da jornalista da Veja online, que trocou Tolstoi por Toy Story, nas aspas atribuídas a um dos candidatos ao governo. Típico e tem a ver com o repertório da jornalista. Provavelmente, ela nunca ouviu falar do escritor russo. A culpa? pode ser atribuída à educação neste nosso país, mas também à política de contratação dos veículos de comunicação.

Um fato como este reforça a minha impressão de que a qualidade do jornalismo praticado hoje em dia está diretamente proporcional aos salários achatados que são pagos ao pessoal que acaba de se formar e que invade as redações.

Quando trabalhei em um site ligado ao ensino superior, tive a desagradável experiência de sentir na pele a decisão superior de trocar os três editores da publicação (eu, entre eles), por três estagiários, sem que fosse levada em consideração a qualidade do trabalho e do produto final.

E o cenário só foi piorando com o tempo. Triste. Muito triste.

Para provar que falo a verdade, segue o link: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/eduardo-jorge-diz-que-nunca-usou-maconha


sexta-feira, outubro 03, 2014

Por mais clientes "unicórnios"! (eles existem??)

Achei interessante e resolvi traduzir (no Google mesmo, ok? perdão pelos errinhos, mas já dá p/ entender o conteúdo). Fonte (para quem prefere ler em inglês):
http://www.theguardian.com/media-network/media-network-blog/2014/sep/26/public-relations-pr-client-personalities


Os seis tipos de personalidades dos clientes de assessoria de imprensa e as melhores maneiras de lidar com eles 
Você precisa de uma pele grossa para ligações de clientes em relações públicas, mas nunca perca a esperança de agarrar o cliente perfeito

O mundo da agência de relações públicas é uma montanha-russa. Em um minuto você está no auge de uma campanha bem executada, resultando em alguma cobertura top; no próximo você está de frente para um quadro de horários, que simplesmente não é possível no âmbito temporal, atual e um abismo de feedback negativo dos clientes, muitas vezes sorridentes, referindo-se a "um pouco de um punhado".

Você precisa de uma "pele grossa" (gíria, não sei como traduzir isso) para ligações de clientes. Acho que é difícil não levar para o lado pessoal quando a minha experiência, profissionalismo e habilidades são postos em causa. Eu vejo a dinâmica com o cliente de PR como uma parceria criativa, por isso, quando algo dá errado, ele se sente azedo.

Aprendi que "as habilidades das pessoas" não se trata de dizer sim o tempo todo. Às vezes você precisa ser tão construtivo ou duro como o relacionamento demanda. Aqui estão algumas personalidades (muito estereotipadas) do cliente e algumas soluções para lidar com eles ...

1) Calças

Calças gosta de humilhar qualquer novo compromisso ou contratante. Normalmente, em uma posição de número dois, muitas vezes de aluguel bastante recente, Calças quer mostrar que ele (ou ela) é um trunfo para a empresa, um verdadeiro cavador. Então, eles vão te pegar.

Eles disparam missivas agressivas (com cópias para o chefe, obviamente), questionando seus métodos, seus resultados, sua relação custo-benefício ... praticamente sua razão de ser.

Solução: Arme-se. Tenha uma lógica para cada ação, indicadores-chave de desempenho (KPIs) definidos. Empurre para trás. Quando você não piscar para Calças, muitas vezes ele vai relaxar em seu papel e se tornar seu maior defensor.

2) À espera de Godot

Secretamente, alguns dos meus clientes favoritos estão esperando por Godots. Mas então eu gostaria de ser lembrado de que uma grande, grande bobagem vida inútil jogo é ...

"Eu não estou muito feliz"

"OK, vamos trabalhar em uma tática ou mensagens de diferente?"

"Não, eu não quero qualquer mudança, eu não estou muito feliz"

"Quais são seus objetivos de relações públicas específicas?"

"Espalhar pelo mundo!"

"Para quem?"

"Para todo mundo!"

"..."

"Estou descontente com o ritmo da campanha" (após quatro semanas de fornecer dados e outros quatro para inscrever-off em mensagens. Presumivelmente, eles querem retardá-lo um pouco.)

Solução: Sorria. Despeje outra bebida. Espere.

3) Keyser Söze

Um subconjunto da espera para Godots. Estas são as criaturas estranhas e inexplicáveis ​​que pagam para uma campanha, percorrer as moções de estratégia, mensagens, reuniões do pontapé de saída, de pleno direito imprensa. Em seguida, eles simplesmente deixam o prédio, endireitam-se e vão embora, para nunca mais ser visto novamente.

Solução: um suspiro de alívio. A estupefação, ligeiramente ferido, suspiro de alívio.

4) The Human Centipede

The Human Centipede pode tomar uma de duas formas - uma comissão multi-pessoa constantemente circulando de volta sobre si mesmo, adiar os prazos, deixando enormes trilhas e-mail e documentos incorretamente rastreados sem parecer final; ou simplesmente uma pessoa presa em um círculo de exaltação, mudando fraseado, estratégia e tudo o mais que pode corrigido com caneta vermelha até que todo o seu tempo de campanha tenha sido devorado.

Solução: Esses clientes muitas vezes só precisam de uma mão firme. Do outro lado da face.

Mas, falando sério, lembrá-los o que pagaram, e ser capaz de ilustrar as consequências de atrasos desnecessários.

5) Walter Mitty

Mitty se vê na página frontal do Tempo. Infelizmente, Mitty tem uma solução de business-to-business da empresa, ou de uma cadeia de restaurantes doente, ou um lançamento do disco normal.

Mitty acredita que a oferta é a coisa mais especial em todo o mundo, cego pela promessa piscar de atenção da mídia. Mitty é esperança equivocada.

Solução: Certifique-se de sua equipe de vendas não são promissoras as Mittys deste mundo da lua em uma vara. Oferecer alternativas inteligentes, realizáveis ​​que irá atender o seu negócio muito melhor. Mas esteja preparado para varrer esses sonhos quebrados.

6) O unicórnio

Este unicórnio é relax. O unicórnio quer cobertura gradual e realizável. O unicórnio tem um orçamento * e * dados para apoiar idéias criativas, e entregá-los a tempo. O unicórnio recebe-o e deixa-o ir em frente. O unicórnio reconhece quando você entrega bons resultados e agradece quando você faz.

Às vezes, o unicórnio pode vir a ser apenas um narval, ou mesmo apenas um cavalo com um chapéu na cabeça. Mas você pode viver com isso.

Solução: Paparique este cliente. É o animal mais raro e bonito.


quinta-feira, outubro 02, 2014

A coletiva



Para o jornalista, uma coletiva é uma coletiva e pronto. Mas aqueles de nós que mudam para o lado de lá do balcão sabem tudo o que acontece nos bastidores de uma coletiva e nem sempre acham bacana o estresse que existe em torno do famoso FUP - que hoje aqui na agência ganhou o criativo apelido de follow down (ao invés de follow up).

Nossa obrigação é ligar para todo mundo, ter uma justificativa plausível para cada ausência.
Isso porque a lista de convidados já foi previamente aprovada pelo cliente e a expectativa, em geral, é alta.

Se a data é boa ou não, se as pessoas mais importantes da empresa estarão presentes na data (ou não) são fatores que fogem absolutamente do seu controle: prepare-se para fortes emoções.

Por isso que eu digo que tenho um plano de negócios prontinho, já montado aqui, de figurantes para coletivas. Porque na hora do desespero o que importa é lotar a sala de jornalistas interessados em ouvir falar na incrível e maravilhosa notícia do seu cliente. Ainda que ela não seja tão incrível e nem tão maravilhosa assim, rsrsrsrs.

O conselho do momento: nunca, jamais chame a sua coletiva de coletiva. Isso assusta. Muitos veículos já determinaram que não participam de coletivas e com esse nome você já afugenta metade da sua provável audiência.

Daí, começam a acontecer de um lado, os imprevistos. E de outro, as desculpas dos jornalistas... e você ali no meio, tentando equilibrar o inequilibrável (acho que a palavra nem existe, mas vale pela criatividade, vai...)

Vida de assessor de imprensa, mais um capítulo...

quinta-feira, agosto 07, 2014

O Terraço

Silvia, xx anos de profissão (não vem ao caso mencionar isso agora...), nunca antes na história deste país havia estado no Olimpo das assessorias de imprensa: o Terraço. Lá tem um restaurante finíssimo, com uma vista fantástica e uma comida melhor ainda. Tudo gente inteligente, a fina nata da intelligentzia nacional (quiçá mundial). Foi bem bacana estar lá, ao lado de duas personalidades conhecidas, uma das quais admiro muito.
É chato escrever assim de forma cifrada, mas não tem outro jeito.
Preciso escrever e não posso dar nome aos bois.
Quando cheguei de volta aqui na nossa redação, estava explodindo de dor de cabeça.
É porque eu tenho uma grande frustração na minha vida: não ter conseguido trabalhar lá uns 20 anos, pelo menos, como era meu sonho na época da faculdade. Eu desenvolvi uma relação afetiva com aquela editora ao longo da minha infância e adolescência: lia Recreio, depois Pop. E ao mesmo tempo a Claudia, que era da minha mãe, com aqueles loooongos artigos da Carmem da Silva. Depois, a coleção dos Clássicos da Juventude inteirinha. A enciclopédia Os Bichos. A outra enciclopédia Conhecer.
Resvalei em várias redações, mas nunca consegui ficar em nenhuma.
O pior foi quando vi um convite sendo feito a outra pessoa, justo ali do meu lado.
"Comoassim" chamar outra pessoa para o cargo dos meus sonhos?? Nossa, como sofri.
Eu sabia, internamente, que se eu voltasse naquele endereço, essas sensações iam voltar à tona, para que eu lidasse com elas.
Sem falar no caso das pautas roubadas, fato com o qual não me conformo até hoje.
Porém, não posso me queixar da minha vida profissional que, entre altos e baixos, me proporcionou muita coisa boa: viagens internacionais, aprendizado, amizades verdadeiras e profundas.
Moral da História: as coisas nem sempre acontecem da maneira como a gente imagina. E mesmo assim, temos que nos sentir felizes!!!

quinta-feira, novembro 21, 2013

Dupla personalidade


Geminianos costumam ser associados a pessoas de personalidade dupla e vai ver é isso mesmo. Por que eu tenho um blog "principal" (o Consulta Sentimental) e este aqui, totalmente secundário? Porque eu tenho vários assuntos para falar. Aqui, a ideia era extravasar o mau humor, falar dos bastidores da notícia, mostrar que nem tudo o que reluz é ouro, mostrar que nem a profissão de jornalista é tão glamourosa assim, etc... Mas agora, eu estou "de bem" da minha carreira, quer seja em redação, quer seja em assessoria de imprensa. Continuo a ter certeza que são atividades completamente separadas e que atendem a interesses às vezes até opostos. O que pouca gente compreende, tendo em vista um post de 2007 (que deu a maior audiência da história deste blog), atribuído equivocadamente ao meu amigo Bruno Ferrari, que nem mesmo compartilha da mesma opinião que eu.... Eu gosto de polêmica. Acho que enriquece. Mas tem que ter respeito pela opinião das pessoas... Os comentários ali foram bem raivosos.... Mas o fato é que este blog está meio empoeirado, não sei se tenho tanta necessidade como tive no passado de atualizá-lo, ou de escrever de forma anônima.
Como postei aqui outro dia.... eu estou "de bem" com a profissão e comigo mesma. O que faz com que este blog perca totalmente a sua razão de existir.... Enfim, se algum dia eu tiver alguma coisa para escrever aqui, eu volto. Não tenho coragem de apagar essa parte tão verdadeira da minha história. Que fique registrada nos anais virtuais forever.

terça-feira, maio 14, 2013

Mau humor



Se existe uma coisa que me deixa mau-humorada é a injustiça.

A pessoa dá uma ideia fantástica, executa, faz tudo o que precisa ser feito, entrevista, escreve, apura, manda e-mail, faz o escambau.

Além de não levar os "louros" perde o almoço com o filho, vê uma nova versão do texto ser perpetrada e ainda por cima tem que sorrir e fingir que tá tudo bem. Não é justo.

Mas eu preciso saber porque isso é uma coisa tão recorrente na minha vida.

Ser boazinha sempre não é legal.

Ser mau-humorada também não resolve.

A corrente do mal só aumenta se eu continuar nessa vibração.

A prestação do seguro do carro não foi debitada e o seguro do carro foi cancelado.

A porta da garagem quebrou.

Minha filha bateu o carro em uma moto.

Tá bom ou quer mais?

Tem mais, mas vou parar de falar, porque as coisas só pioram desse jeito.

Preciso mudar essa energia. Girar os chacras p/ outro lado. Saco.

quinta-feira, março 14, 2013

O Abraço Corporativo



O filme nem é novo, nem nada.

Mas lembrei dele hoje e vi que o link que postei aqui  (em 2010) está quebrado.

Então, vale a pena compartilhar de novo, porque é um filme que dá pano pra manga pra várias discussões e reflexões sobre o papel das assessorias de imprensa no mundo de hoje....

Quem viu???

Quem não viu, veja e me diga o que achou, combinado??

http://vimeo.com/27677312


quarta-feira, março 06, 2013

Trabalho em campo

Uma vez fui fazer uma palestra em uma universidade e passei a trocar uns e-mails com uma das alunas que me viu falar. Logo depois, ela me pediu um depoimento para um trabalho da faculdade, sobre "trabalho em campo". Olha só o que escrevi, em 2008:


Trabalho em campo me lembra meu "trauma" no jornalismo diário, quando trabalhei na Folha de S. Paulo (foca total) e fui cobrir um incêndio em uma favela. Seria a manchete do jornal no dia seguinte. Naquele dia, meu destino ficou traçado: eu não serviria para esse tipo de cobertura. Era um tempo (1983) em que não existiam os celulares, os jornalistas escreviam em máquinas de escrever embutidas dentro das mesas, na redação do famoso prédio da Barão de Limeira. A agenda de telefones da redação era conhecida como "seboso", e por aí vai. Do meu lado, trabalhavam outros "focas": o Ivo Patarra (filho de um jornalista famoso, com quem nunca mais tive contato) e a Kátia Militello (hoje ela é diretora de redação da INFO). 
Meu filho já tinha nascido, tinha sete meses. Meu horário era das 8 às 15hs. Mas o horário que deveria ser respeitado era apenas o de entrada (a gente batia cartão).
Naquele dia, vi a Luiza Erundina em cima de uma cadeira, fazendo discurso aos moradores da favela, que tinham perdido tudo o que possuíam. Naquele dia, tentei ouvir o que o então prefeito de São Paulo dizia (Mário Covas), com aquela voz rouca dele, devido ao tabagismo. Não ouvi uma palavra. Tentei falar com o chefe do Corpo de Bombeiros - capitão Poderoso (lembro até hoje do nome bordado na farda).
Resolvo voltar para a redação. O fotógrafo já havia terminado seu trabalho. As chamas já tinham baixado. Nunca antes eu havia visto coisa igual. As chamas tinham uns 4 metros de altura... As pessoas atônitas, tentando salvar o que podiam, gente correndo, crianças chorando. Mas nada disso importava pra "reportagem".
- Quantos mortos? - pergunta o chefe da redação, quando me vê.
- Não sei! - respondo, com cara de boboca.
- Como assim não sabe? Essa vai ser a manchete do jornal de amanhã!
Morreu ali minha carreira jornalística "de campo".
Tentei obter a informação com alguns telefonemas, mas o que eu queria mesmo era voltar pra casa, ver meu filhinho.
Escrevi minha matéria, entreguei e fui embora, bem mais tarde do que seria o meu horário.
No dia seguinte, cada jornal dava um número diferente.
 
Foi uma péssima experiência. Pensei mesmo em abandonar a carreira de jornalismo ali mesmo, mas ainda bem que existem várias editorias. Hoje, feliz, trabalho na área de tecnologia. Ela já me proporcionou três viagens aos Estados Unidos (Seattle, Carolina do Norte e Las Vegas). Isso também pode ser considerado trabalho de campo??
 
Quando eu estava na faculdade (ECA-USP), eu achava que o trabalho de campo tinha muito valor. Sonhava em fazer altas reportagens, jornalismo investigativo. Mas, na prática, vejo que hoje em dia quase não existe mais esse tipo de cobertura. Depois que trabalhei na assessoria de imprensa da Intel, durante três anos, percebi que as notícias são totalmente "plantadas" e que os jornalistas, na maior parte das vezes, são apenas "joguetes" na mão dos executivos e estrategistas de marketing e de PR (Press Relations) das corporações. Infelizmente e para minha tristeza e decepção.

segunda-feira, março 04, 2013

O que é notícia e o que não é

Às vezes, o cliente se empolga com alguma "notícia"!

E acaba contagiando a assessoria que também acha aquela notícia simpática e bacana.

No entanto, a imprensa, às vezes, não compartilha do mesmo feeling e fica difícil emplacar.

Isso é uma coisa que sempre acontece.

Nas melhores famílias!

E vive acontecendo again and again.

E a minha capacidade de indignação diante do que é considerado notícia ou não vive me tirando do sério.

Como eles podem noticiar "isso" e não noticiar "aquilo"??

E eu também já trabalhei em redação. Às vezes, os critérios são tão injustos...

Sensacionalismo, celebridades, bebebês, tem tanta porcaria na mídia....

Por que não cabe uma notícia bacana, colorida, com foto, interessante de saber??

Ah... porque é comercial....

Oras.... façameumfavor.....

E eu não deixo de me decepcionar e de me revoltar contra alguns desses critérios. ai... ai....

(pronto, falei)